sábado, 24 de setembro de 2011

Crise Económica de Portugal

A crise que enfrentamos e agora a descoberta da dívida "oculta" da Madeira, deixou muitos portugueses em estado de alerta. A pergunta principal que anda na cabeça de todos os portugueses neste momento é se existirá uma solução para esta crise. A JO faz uma análise à economia do nosso país e tira as suas próprias conclusões.


Com a adesão ao Euro, Portugal abdicou de uma política monetária. Esta é agora controlada pelo Banco Central Europeu (BCE), sendo ele que influencia as taxas de juro de mercado e as taxas de câmbio, atenuando os efeitos económicos menos positivos, estimulando o consumo e o investimento. Privilégios que no tempo do Escudo eram da nossa autonomia, quando era o Banco de Portugal que controlava a nossa economia. Como consequência desta política adoptada, as nossas taxas de juro desceram de níveis portugueses para níveis europeus. Os juros de divida pública em percentagem do PIB desceram, também, consideravelmente. Houve um aumento dos níveis de consumo cuja oferta não foi capaz de acompanhar, o que fez de Portugal um país com graves desequilíbrios externos e com a produtividade mais baixa da União Europeia (UE), passando o nível de consumo a ser suportado pelo endividamento externo.

A crise em Portugal deve-se principalmente aos créditos de risco, à criação de dívida pública e à má gestão dos fundos provenientes da Comissão Europeia, que fizeram com que actualmente Portugal se encontre em risco de bancarrota. Segundo Robert Fishman, no artigo Portugal's Unnecessary Bailout do jornal New York Times, Portugal foi vítima da sucessiva especulação por parte dos investidores em obrigações, agências de rating e especuladores. Antes destas pressões sobre o mercado, nos primeiros meses de 2010, Portugal tinha um dos melhores rácios de recuperação económica da União Europeia devido às exportações, empreendedorismo e à educação.

Antes da moeda única ser posta em circulação, vários economistas alertaram para o facto de que a moeda não poderia funcionar num conjunto de países que não fosse homogéneo economicamente e este é um problema que se tem mostrado cada vez mais acentuado. Hoje em dia cerca de 20 dos países que fazem parte da União Europeia não conseguem satisfazer as exigências orçamentais. Na Europa existem economias que não se conseguem comparar entre si, alguns países são muito fortes, outros muito fracos. E com a moeda única, e sendo o BCE o único banco capaz de fazer a emissão de dinheiro, os países que se encontram bastante endividados, tentam resolver esses problemas de solubilidade endividando-se novamente.

Que solução?

Apesar de o Euro não estar a funcionar bem nestes moldes, o retorno à moeda anterior, que tem sido cada vez mais popularizado, pode prever-se uma solução ainda pior. Voltar ao Escudo, significaria uma desvalorização da moeda (entre 40% a 50%), e com toda a dívida externa (que é bastante grande) a ser feita em Euros, para o combate à divida seria necessário um esforço ainda maior dos cidadãos. Pensamos que a solução poderia passar por manter o Euro, mas atribuir os privilégios da emissão de dinheiro a um banco do nosso país, ao Banco de Portugal. Desta forma, os problemas de solubilidade dos bancos e da divida pública poderiam ser mais facilmente resolvidos.

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